domingo, outubro 16, 2011

VEREADOR FIILMADO NO GABINETE SÓ DE SAMBA-CANÇÃO

Um vídeo obtido pelo jornal  Hoje em Dia e que está em poder da Justiça de Minas Gerais dá mostras por que a Câmara Municipal de Belo Horizonte ganhou o apelido de “Casa do Espanto”. Com cerca de 14 minutos, o filme é estrelado pelo vereador Geraldo Ornelas Guimarães, o Gera Ornelas (PSB), de 61 anos, um dos mais veteranos da Câmara, com quatro mandatos consecutivos. Em uma das cenas ele aparece sozinho, sem camisa e usando uma cueca samba-canção branca com detalhes em azul. Em outra imagem, o parlamentar é flagrado acariciando os cabelos de uma jovem portando documentos que se assemelham a boletos de contas de água.
A filmagem reproduzida nas fotos da reportagem tem como palco o gabinete do parlamentar na sede da Câmara. Não dá para saber quando o vídeo foi gravado.
Além de ser o protagonista das cenas, Gera é também o responsável pela produção e direção do filme num comportamento conhecido como exibicionismo compulsivo. Ou seja, é o próprio parlamentar socialista quem realiza as filmagens ocultas com uma câmera escondida numa caixeta de papelão.
Ao todo, o vídeo possui 45 minutos de duração sendo 14 minutos de imagens gravadas dentro da Câmara e o restante em tomadas externas recheadas de cenas proibidas para menores.
Para piorar a situação do vereador – que tem tudo para virar alvo de um processo por quebra de decoro –, o vídeo veio à tona em um contexto de corrupção. Gera é acusado pelo Ministério Público Estadual (MPE) de ter montado um esquema de mensalinho no gabinete. Tanto que virou réu em uma ação de improbidade que corre no Tribunal de Justiça do Estado. Nela, o MPE pede o afastamento do cargo, o ressarcimento dos valores recebidos a título de propina e o sequestro de bens.
Em troca da manutenção do emprego no gabinete, ele extorquia, segundo o MPE, parte do salário de um assessor. Insatisfeito com os achaques, o ex-funcionário confiscou uma cópia do vídeo e entregou para um grupo de promotores de Justiça de Belo Horizonte.
Na denúncia, os promotores sustentam que o vereador amealhou R$ 690.182,23 pelo esquema de pagamento do mensalinho. Com autorização da Justiça, o MPE conseguiu a quebra do sigilo bancário e descobriu que o dinheiro foi depositado na conta corrente do parlamentar no período de 1997 a 2006. Convocado a prestar esclarecimentos, Gêra não conseguiu comprovar a origem do recurso.
Para reforçar o pedido de afastamento, os promotores fazem menção a filmagem. “Fita de vídeo anexada à investigação e ora incorporada aos autos mostra a prática de atos libidinosos pelo vereador Geraldo Ornelas Guimarães em seu gabinete parlamentar, no prédio da Câmara Municipal”, relatam.
E prosseguem: “O elemento grave e inaceitável nos atos praticados pelo requerido é o mau uso da máquina administrativa em todos os níveis, em proveito pessoal, sem barreiras éticas ou morais, com o nítido propósito de obtenção de vantagem. O cargo público é utilizado somente como passaporte para a consecução de objetivos primitivos e ilícitos”. O TJ ainda não se posicionou sobre o escândalo.  (Ezequiel  Fagundes)

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