domingo, dezembro 23, 2007

DOM ALOÍSIO SERÁ SEPULTADO QUINTA-FEIRA


O corpo do cardeal dom Aloísio Lorscheider, arcebispo emérito de Aparecida e ex-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi embalsamado para um longo velório, que começou às 16h deste domingo (23) na cripta da Catedral Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, com a presença de cerca de 30 pessoas, e se estenderá até quinta-feira (27), quando será sepultado.
A extensão do velório é explicada tanto pela tradição católica, sobretudo européia, quanto para dar tempo às pessoas que estão distantes, especialmente por causa do feriado de Natal, de viajar ao Sul para se despedir do cardeal. Na terça-feira (25) à noite, o corpo será transferido para a nave central da Catedral Metropolitana.
Na quarta-feira (26), receberá como homenagens uma missa da família franciscana, à qual pertencia, às 9h30, e uma missa de exéquias, às 18h. Logo depois, será levado para um convento franciscano em Daltro Filho, no município de Imigrante, no Vale do Taquari, a 130 quilômetros de Porto Alegre, onde será sepultado às 17h dessa quinta-feira.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que dom Aloísio foi um de seus inspiradores quando tomou a decisão de fazer os votos e se tornar participante da ordem dos franciscanos seculares. Sem esconder a emoção pela notícia da morte do cardeal, lembrou que dom Aloísio liderou a CNBB na época mais dura da história recente do país e denunciou a tortura e a morte aos generais com "coragem, bravura e dignidade". Para Simon, "é lamentável que no Brasil atual faltem referências como dom Aloísio, dom Paulo Evaristo Arns, dom Ivo Lorscheiter, dom Helder Câmara e Ulysses Guimarães".
O arcebispo metropolitano de Porto Alegre, dom Dadeus Grings, também lembrou a luta de dom Aloísio pelos direitos humanos, mas destacou, além disso, o reconhecimento que o cardeal tinha dentro da Igreja por suas qualidades de teólogo. Ressaltou que, quando feito refém pelos presos de Fortaleza, do, Aloísio tranqüilizou a todos, em meio à tensão, dizendo que iria para o céu se fosse morto. "Essa confiança em Deus era um exemplo para nós", disse.
Dom Aloísio morreu às 5h20 deste domingo, aos 83 anos, na UTI do Hospital São Francisco, a unidade especializada em cardiologia da Santa Casa de Misericórdia, onde estava internado desde o dia 11 de dezembro, em estado de coma, depois de sofrer um acidente vascular cerebral. A causa da morte foi apontada pela médica Jocely Vieira da Costa como falência de múltiplos órgãos, devido a encefalopatia pós estado convulsivo, acidente vascular isquêmico, cardiopatia isquêmica grave e insuficiência renal crônica.
Dom Aloísio foi bispo de Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul; arcebispo de Fortaleza e de Aparecida, onde trabalhou até março de 2004. Ele foi secretário-geral e presidente da CNBB, presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) e da Cáritas Internacional, e um dos presidentes da III Conferência Geral dos Bispos da América Latina e do Caribe, em Puebla, no ano de 1979.

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