terça-feira, dezembro 25, 2007

ITÁLIA EMITE ORDENS DE PRISÃO CONTRA 13 BRASILEIROS

A justiça italiana emitiu mais de 135 ordens de prisão contra pessoas que participaram da Operação Condor. Entre os relacionados estão 13 brasileiros.
Todos são acusados de participar do desaparecimento, seqüestros e assassinatos de cidadãos italianos durante os anos da ditadura nas décadas de 1970 e 1980. Os nomes dos brasileiros, porém, não foram divulgados, e a imprensa italiana fala em 139 e também 140 ordens de prisão.
A Operação Condor foi aplicada nos anos 70 e 80 pelos regimes militares da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai para eliminar os oposicionistas, principalmente simpatizantes de esquerda. No período em que durou o ‘plano Condor’, os presidentes do Brasil foram Emilio Médici, Ernesto Geisel e João Figueiredo.
A operação, que deixou centenas de vítimas desaparecidas, nasceu durante a primeira reunião de trabalho da inteligência nacional, realizada em Santiago (Chile), entre 25 de novembro e 1º de dezembro de 1975, segundo documentação acumulada em investigações.
Além dos 13 brasileiros, há ainda argentinos, bolivianos, chilenos, paraguaios, peruanos e uruguaios. Já Néstor Jorge Fernández Troccoli, um uruguaio de 60 anos, ex-membro do serviço secreto da marinha de seu país, foi detido em Salerno (sul da Itália), onde vive há alguns anos.
A justiça italiana já vinha investigando o caso Condor desde o final dos anos 90.
Um dos mais perseverantes investigadores da Operação Condor é o advogado paraguaio Martín Almada, que descobriu em seu país os chamados "Arquivos do Terror": dezenas de milhares de documentos que mostravam pela primeira vez, de forma oficial, as operações coordenadas entre as ditaduras do Cone Sul. Durante uma visita a Santiago, em setembro de 2001, Almada afirmou que Pinochet e Contreras lançaram uma "guerra santa" para eliminar a oposição no Chile e em outros cinco países da região. "Eles globalizaram o terrorismo e não se deram conta de que, 25 anos depois, viria a globalização da justiça através de Baltasar Garzón", disse Almada, fazendo alusão ao juiz espanhol que, em outubro de 1998, conseguiu que o general Pinochet fosse detido em Londres, desencadeando o processo de punição dos crimes cometidos pelo ex-ditador.

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