quinta-feira, fevereiro 14, 2008

TROTE EM SÃO PAULO É UMA VERDADEIRA E VIOLENTA ORGIA

O trote, um rito de passagem que marca a entrada na universidade, ainda tem sua face violenta. A reportagem da TV Globo flagrou excessos de estudantes da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e da Universidade de São Paulo (USP). Com uma câmera escondida, o produtor da reportagem mostra que alguns alunos da USP bebem demais para comemorar. Os estudantes alugaram dois ônibus para levar os calouros a uma praça próxima à universidade e fazer “pedágio” – pedir dinheiro aos motoristas.
Nas imagens, os alunos da PUC pedem dinheiro no farol e bebem uísque em plena luz do dia, às 10h da manhã. Alguns estudantes aproveitam o momento para fumar maconha, em frente à instituição, no meio da rua. O vídeo revela ainda o momento de uma briga. Um estudante cai, bate a cabeça e ainda leva um chute no rosto.
Para o psicólogo Ary Tehfeld, o trote humilhante só serve para estimular mais violência. “Isso, de algum modo, é reproduzido porque aquele que o faz também passou por isso. Aí muitas vezes o trote é violento, exige a submissão. É algo que os professores e as reitorias condenam”.
As assessorias de imprensa das universidades informaram que o trote é proibido. A PUC disse ainda que apóia o trote solidário. Já a USP fornece um telefone para denúncias de abusos nas comemorações. O Disque Trote é o 0800-012-1090.

1 comentários:

Anônimo disse...

É estranho observar que a elite pensante do país, ache que violentar a alma das pessoas, fazendo elas passarem por humilhação e constrangimento, tenha em algum momento, fundamento de comemoração. Fica uma pergunta importante: O que se passa na cabeça de um estudante quando ele humilha um colega? O que significa sujar um calouro, colcocá-lo para mendigar nos sinais? O que pensa nossas intituições de ensinos sobre esse desrespeito aos direitos humanos? Onde estão as pessoas que defendem a vida e igualdade? Será que o trote não significa acolhida? Será que não existem formas mais inteligentes e dignas de receber os estudantes que acabam de iniciar um novo círculo? Será que essa e a sociedade que quero construir?