O Senado argentino aprovou uma proposta de lei que legaliza o casamento gay na manhã desta quinta-feira, o que abre caminho para que o país se torne o primeiro da América do Sul a permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Depois de mais de 14 horas de pesados debates, durante os quais milhares de argentinos protestaram em frente ao Congresso, a Casa aprovou a proposta por 33 votos contra 27, com três abstenções.
"Acredito que seja um avanço para a igualdade de direitos", disse a jornalistas o senador Eugenio Artaza depois do debate em que muitos senadores usaram suas crenças católicas para justificar sua posição.
A presidente argentina, Cristina Kirchner, apoia o casamento gay fundamentando-se nos direitos humanos e deve sancionar a proposta de lei depois de retornar de uma visita oficial à China. A proposta foi aprovada na Câmara dos Deputados em maio.
Centenas de pessoas se reuniram em frente ao Congresso durante os debates. Na véspera, dezenas de milhares de pessoas contrárias à proposta, desde crianças até freiras, enfrentaram o frio extremo para protestar contra a medida.
Os debates sobre a proposta de lei começaram na tarde de quarta-feira e continuaram até a manhã de quinta-feira. Algumas centenas de defensores do casamento gay também fizeram vigília aguardando a votação.
Pesquisas de opinião mostram que a maioria dos argentinos apoia o casamento gay, mas existe menos apoio para que casais do mesmo sexo adotem crianças.
O apoio da presidente à proposta de lei, que também permite aos casais homossexuais adotarem crianças, colocou Kirchner contra a influente Igreja Católica um ano antes das eleições presidenciais.
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