O menor que prestou depoimento na semana passada na Divisão de Homicídios do Rio deu uma nova versão para o caso. Na primeira vez que foi ouvido, o adolescente conta que o goleiro Bruno chegou ao sítio em Minas Gerais de táxi, um dia depois de Eliza Samudio. Ele teria ficado duas horas no sítio e chamado um táxi porque queria voltar para o Rio de Janeiro no mesmo dia. No novo depoimento, o adolescente disse que ele, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, Eliza e o bebê seguiram para o sítio de Bruno na segunda-feira. O goleiro teria chegado ao local no mesmo dia, à tarde, e ficado lá até quarta-feira.
Na segunda versão, dada à Promotoria da Infância e da Juventude do Rio, o adolescente conta que Macarrão disse que eles iriam pegar Eliza porque ela "estava dando muita aporrinhação para Bruno por causa do filho que dizia ter com o goleiro".
ELIZA TERIA FICADO 2 DIAS NA CASA DE BRUNO NO RIO
Em outro trecho diferente do que contou à polícia, ele afirma que, depois das coronhadas, levaram Eliza para a casa de Bruno, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, e que ficaram lá por dois dias.
Segundo o menor, o goleiro estaria concentrado com o Flamengo para uma partida que aconteceu naquele fim de semana, quando o time jogou contra o Goiás.
Ainda de acordo com o adolescente, ele, Macarrão, Eliza e o bebê seguiram para o sítio de Bruno na segunda-feira. O goleiro teria chegado ao local no mesmo dia, à tarde, e ficado lá até quarta-feira.
No depoimento ao Ministério Público, o menor afirmou que a mulher de Bruno já estava no sítio quando eles chegaram. No entanto, ele não diz se o goleiro e Dayanne estavam no sítio no momento que Eliza foi morta.
DETALHES DO CRIME
O adolescente dá novos detalhes de como teria acontecido o crime. O homem apontado como Neném (o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, preso em Minas Gerais) teria se apresentado como policial e começado a interrogar Eliza sobre eventual uso de drogas. Neném teria chegado a mostrar uma carteira de policial civil.
Na nova versão, enquanto Neném aplicava a gravata, Macarrão é quem teria amarrado as mãos de Eliza e não Neném. Depois da morte e do esquartejamento, o menor disse que Macarrão ligou para Neném, que teria contado que os cães não comeram toda a carne de Eliza. Por isso, alguns restos mortais tiveram que ser colocados em uma sapata em construção, onde, depois, teria sido jogado concreto por cima.
DIVERGÊNCIAS NOS DEPOIMENTOS
No primeiro depoimento, o menor descreveu que lutou com Eliza e lhe deu três coronhadas, durante a viagem com o bebê e Macarrão para Minas Gerais, sem qualquer parada.
Ele havia afirmado ainda que Bruno só teria chegado ao sítio, de táxi, um dia depois de Eliza e que o goleiro só ficou no sítio por duas horas, chamando um táxi, porque queria ir embora no mesmo dia para o Rio.
Na primeira versão, o menor relatou que só encontrou Dayane de Souza no sítio depois do crime. A esposa de Bruno teria ouvido de Sérgio que tinham deixado Eliza em um apartamento em Belo Horizonte.
TJ DO RIO AUTORIZA TRANSFERÊNCIA DE MENOR
A justiça do Rio de Janeiro autorizou nesta segunda-feira (12) a transferência do menor, suspeito de envolvimento no desaparecimento de Eliza Samudio, para Minas Gerais.
“O juiz concluiu junto com o Ministério Público que nesse momento, depois de ele prestar o depoimento que deu e desenrolaram as investigações, que ele fique perto da justiça mineira para poder haver, inclusive, uma eventual acareação”, disse o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Luiz Zveiter.
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