sexta-feira, outubro 22, 2010

RODOVIÁRIA DE MONTES CLAROS VAI SER PRIVATIZADA

A gestão da rodoviária de Montes Claros será repassada para a iniciativa privada. O anúncio da terceirização foi feito pelo prefeito Luiz Tadeu Leite que, ontem, recebeu o relatório de viabilidade financeira referente à transferência do espaço para empresas particulares. O documento foi entregue pelo gerente do terminal, Milton Souza Mota. A privatização é a saída apontada pela Prefeitura para resolver um prejuízo anual de R$ 720 mil aos cofres públicos. A rodoviária dá uma despesa de R$ 120 mil por mês à Prefeitura, o dobro da arrecadação no mesmo período.

O relatório de viabilidade financeira atesta que é possível passar a concessão da rodoviária à iniciativa privada. Segundo Milton, primeiro seria feito o enxugamento da máquina administrativa, que hoje tem 56 servidores, sendo 15 deles licenciados. O terminal, diz o gerente, poderia funcionar com 26 servidores. Além disso, seria reduzido o horário de funcionamento, que atualmente é de 24 horas, para 16 horas.

Uma fonte de renda viria do estacionamento, que passaria a ser pago. O espaço tem capacidade para cem automóveis. Outras possibilidades são cobrar taxa de taxistas que atuam no local e reajustar o aluguel das empresas de transporte de passageiros, que hoje pagam R$ 81 mensais pelo espaço.

Com as mudanças, a rodoviária passaria a gerar uma receita mensal de R$ 50 mil aos cofres públicos, por meio do pagamento da concessão, a ser cobrado de quem vencer a licitação para operar o terminal. Em 2009, a rodoviária recebeu uma média de 100 mil passageiros por mês. Ela foi inaugurada em 2 de outubro de 1980.

A queda do movimento de viajantes na rodoviária é grande, segundo Milton. Ele culpa a ação dos taxistas clandestinos, que pegariam os passageiros antes deles chegarem ao terminal.

Donos de lanchonetes na rodoviária, Israel Balbino Fagundes e José Beto Sá estão apreensivos com a proposta de terceirização do terminal. Israel afirma que desde 1970 a família atua nesta área. O pai dele tinha um estabelecimento na antiga rodoviária e quando ela foi desativada, em 1980, migrou para o novo prédio.

Para Israel, a proposta da Prefeitura tem vantagens e desvantagens. Ele teme que a terceirização eleve o valor de aluguel dos boxes, o que faria subir o preço das mercadorias, espantando consumidores. Segundo o comerciante, o movimento de passageiros cai cada vez mais por causa dos taxistas clandestinos. Outro problema seria a ameaça de uma empresa de transporte de passageiros de deixar de atuar no local.

Para José Beto Sá, que tem 30 anos de atuação no setor, deveria ser realizada uma audiência pública para discutir o assunto com a comunidade, pois a queda do número de frequentadores do terminal seria causada, também, pela falta de incentivos aos passageiros. (Extraído do Hoje em Dia)

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