A Secretaria de Saúde do Distrito Federal confirmou mais três mortes pela superbactéria (KPC) no DF. De janeiro até o dia 15 de outubro, 18 pacientes morreram por conta da KPC. No mesmo período, foram registradas 183 pessoas portadoras da bactéria, 46 delas tiveram infecção.
Depois da denúncia sobre a falta de materiais básicos e estrutura adequada nos hospitais públicos do Distrito Federal para combater a superbactéria KPC, o governador Rogério Rosso (PMDB) cobrou esclarecimentos da Secretaria de Saúde.
Após apresentar explicação ao governador, a secretária de Saúde, Fabíola de Aguiar, e o secretário de Logística da Saúde, Herbert Teixeira, confirmaram que os hospitais vão ser reabastecidos ainda nesta semana. Serão mais de cem itens de material médico e cirúrgico que vão ser comprados emergencialmente, sem licitação, a um custo estimado de R$ 10 milhões. “A lista básica de materiais para combater a bactéria KPC deve ser entregue até sexta-feira nos hospitais”, calcula a secretária.
O Ministério Público concordou com a compra emergencial, por causa do perigo da bactéria. Mas cobrou que o GDF se organize para fazer licitações. “O que Brasília não pode mais aceitar é que se continue comprando por um sistema que aponta indícios da existência de uma máfia interessada em desviar recursos da saúde, vendendo medicamentos sempre a preços muito acima dos praticados a nível nacional”, enfatiza o promotor Jairo Bisol.
O secretário de Logística conta que, ao assumir a pasta em junho, se surpreendeu com a quantidade de processos de compra que não foram concluídos. “Chegando à Central de Compras, encontrei 325 processos para abastecimento da rede que estavam totalmente parados. Esse processos incluiam a aquisição de medicamentos, material médico de consumo e material médico cirúrgico”, afirma.
O surto da bactéria no Distrito Federal deixou o governo federal em alerta. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve publicar nos próximos dias normas mais rígidas para a venda de antibióticos nas farmácias. Isso porque o consumo indiscriminado do remédio fortalece as bactérias.
O Ministério da Saúde também vai se reunir com os técnicos da Anvisa para discutir o controle das infecções hospitalares. “Essa bactéria, pela sua especificidade, está nos preocupando e, por isso, a convocação dos especialistas para que a gente possa ouvir deles, que medidas adicionais devem ser tomadas para o controle desse problema”, afirma o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.
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