Uma doença rara impede que a adolescente Anária Patrícia Santiago, 15 anos, moradora do Bairro Goiânia, na Região Nordeste de Belo Horizonte, tenha uma vida considerada normal. Portadora do xeroderma pigmentoso, uma doença genética que afeta somente um em cada 250 mil nascimentos, a jovem não pode ter contato com a luz solar. A exposição aos raios ultravioletas leva estas pessoas ao envelhecimento precoce e ao desenvolvimento de câncer de pele. Causada por uma deficiência genética hereditária, a doença é considerada rara porque a criança precisa herdar o gene defeituoso do pai e da mãe.
Anária teve a doença detectada ainda em seu primeiro mês de vida, e desde então vive confinada dentro de casa. Os passeios se restringem a laboratórios e hospitais. Apesar de todas as precauções, o corpo da jovem está repleto de tumores. “Gostaria de ter tido um infância normal. Queria brincar com os meus amigos na rua, nadar, pular, cantar e dançar. Agora, só me resta a fé inabalável em Deus para vencer esta doença e correr atrás do tempo perdido”, contou a paciente, que perdeu um de seus irmãos, há cerca de três anos, portador da mesma doença.
Além disso, revela Anária, é preciso conviver com o preconceito. “As pessoas se esquivam, querem não olhar. Mas a gente percebe que elas sempre comentam. Até um motorista de táxi já recusou uma corrida por causa de minha aparência”, contou Anária, que faz uso de medicamentos apenas para controlar a dor que sente no corpo.
Segundo o chefe da clínica dermatológica da Santa Casa de Misericórdia da capital, Jackson Machado, a doença é caracterizada pela fotossensibilidade, com consequente precocidade do envelhecimento cutâneo, o que determina o aparecimento de lesões pré-cancerosas e cancerosas em idade jovem, sobretudo em áreas expostas ao sol. “Trata-se de uma doença de pele raríssima, causada por um defeito genético hereditário que afeta, irreversivelmente, o DNA das células da epiderme, que é a camada mais externa da pele”, explica o especialista, revelando que ainda não existe um medicamento para a prevenção da doença.
Ainda conforme o dermatologista, há um risco 10 a 20 vezes maior de pacientes com xerodermia pigmentosa também apresentarem cânceres em outras localizações. “Podem ocorrer problemas oculares e neurológicos”, esclarece Machado, que também coordena o curso de dermatologia da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. Ele destaca que, por se tratar de uma herança genética autossômica recessiva, a doença não é contagiosa. (Fernando Zuba)
1 comentários:
NOSSA, ESTOU CHOCADO COM ESSES CASOS DE XP...TIVE CONHECIMENTO APÓS A MATÉRIA EXIBIDA NO PROGRAMA DO GUGU, DO CASO DA SARA (11 ANOS) DE JOINVILLE SC, MATÉRIA DO DIA 25/11, E DIA 02/12...
ACHO EU QUE MUITAS PESSOAS NÃO TEM NOÇÃO DO QUE SIGNIFICA ESSA DOENÇA...QUE TANTO ISOLA A PESSOA DO SOL...
PARABÉNS PELA MATÉRIA..
AMARILDO JOSÉ RAMOS - PARAGUAÇU PAULISTA SP
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