A Santa Casa de Misericórdia de Montes Claros realizará o primeiro transplante de fígado da região. O hospital é o único do Norte de Minas a ser credenciado pelo Ministério da Saúde para a realização dessa cirurgia. O credenciamento foi publicado no último dia 30 de dezembro no Diário Oficial da União e o hospital se prepara para o primeiro procedimento. Toda equipe médica com especialistas qualificados internacionalmente já foi montada.
A luta pelo credenciamento do hospital começou em 2006, junto ao Ministério da Saúde e Sistema Nacional de Transplantes. De acordo com a coordenadora do MG Transplantes Regional, Sônia Rodrigues Cruz, a necessidade do credenciamento vai além de reduzir a lista de espera, mas, também, da necessidade de dar condições dignas aos pacientes durante o tratamento.
“Além da conquista de poder realizar o transplante com equipe qualificada, teremos a oportunidade também de auxiliar o paciente da cidade e região durante todo procedimento para o transplante. Antes, o paciente saía da sua cidade e ao chegar a Belo Horizonte tinha as mais diversas dificuldades, desde a própria realização dos exames”, afirmou Sônia Rodrigues.
O técnico responsável pela equipe de transplantes da Santa Casa, Luiz Fernando Veloso, afirma que o credenciamento para o transplante de fígado no Norte de Minas é um marco histórico. A equipe é formada por dois cirurgiões especialistas em transplantes de fígado, dois hepatologistas, dois anestesistas e uma coordenadora de enfermagem.
O especialista completa que outros hospitais no Estado são credenciados, porém, não há equipes capacitadas para que sejam realizados os procedimentos.
O comerciário Valdinei Pereira Lopes, 40 anos, espera o transplante a cerca de seis meses. Sua esposa, Maria Neide Rodrigues dos Santos, 40 anos, que acompanha todos os procedimentos lembra que após descobrir a doença foram realizados todos os procedimentos necessários no tratamento, porém, o fígado não correspondeu.
“Sofríamos muito porque tínhamos que sair daqui para ir para Belo Horizonte e, na capital, tudo é muito difícil. Quando não encontrávamos algum amigo para nos hospedar tínhamos gasto com hotel. Todo o tratamento e os exames são demorados então todo mundo sofre na luta pela vida de quem amamos. Agora, tudo será mais fácil, estamos felizes não só pelo Valdinei, mas por todas as famílias que aguardavam o transplante e não tinham condições de ir para a capital”, declarou Maria Neide.
De acordo com o MG Transplantes, até novembro de 2010, 29 pessoas estavam na fila de espera por transplante de fígado no Estado. Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, para ser doado, o fígado deve ser retirado antes da parada cardíaca. O tempo máximo de preservação extracorpórea varia entre 12 e 24 horas. (Gissele Niza)
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