domingo, abril 03, 2011

CIENTISTAS REDESCOBREM AVE CONSIDERADA EXTINTA

Uma ave pouco conhecida e ameaçada de extinção foi redescoberta por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Tocantins, na cidade de Goiatins, no nordeste daquele Estado, depois de 84 anos do seu primeiro registro.
A espécie é o Pica-pau do Parnaíba (Celeus obrieni), que foi notificada pela primeira vez no município de Uruçuí, no sul do Piauí, em 1926. Desde então, o pica-pau ficou desaparecido e chegou a ser considerado extinto.
Somente no ano passado, uma equipe de pesquisadores da Fundação de Apoio Científico e Tecnológico da Universidade do Tocantins encontrou exemplares da ave em uma expedição científica e passou a desenvolver uma pesquisa sobre o Pica-pau do Parnaíba.
 “A pesquisa tem dois objetivos: o de estudar a biologia e a ecologia da espécie, determinando seu habitat preferencial, alimentação, reprodução, relação com outras espécies; e o de realizar expedições para áreas onde historicamente houvesse registros desta espécie”, explica Renato Torres Pinheiro, responsável técnico pelo projeto. Com estas informações, a equipe poderá propor medidas para a conservação do animal.
Pinheiro conta que sua equipe chegou a realizar um registro inédito da ave no Mato Grosso. “Os resultados mostraram que a espécie tem uma preferência por áreas de cerradão com bambu, o que impossibilita uma definição de área exclusiva de ocorrência da ave, uma vez que este tipo de vegetação encontra-se disperso pelo Cerrado”, relata.
O pesquisador diz que ainda não existem dados suficientes para determinar o tamanho real da população do Pica-pau do Parnaíba no Brasil, mas sabe-se que é pequena. “Estima-se que haja entre três e seis mil indivíduos da espécie, sendo que as maiores populações estão no Estado do Tocantins, onde ainda se encontram as maiores extensões de cerrado preservado”, comenta.
Outra preocupação dos cientistas é que não foi realizado, até hoje, nenhum registro do Pica-pau do Parnaíba em unidades de conservação ambiental, o que aumenta a vulnerabilidade da espécie. Segundo Pinheiro, como a ave depende muito do seu habitat, é muito importante que o cerrado seja conservado. (Izamara Arcanjo)

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