Um crime bárbaro abalou os moradores do Bairro Rosário I, em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na manhã desta segunda-feira (20). A cabeça de um homem de 45 anos foi deixada na casa dele e encontrada pelo filho de 14 anos.
O adolescente saía da residência para ir à escola por volta das 6 horas quando, avisado por um amigo, viu uma sacola de supermercado atrás do portão. O jovem notou que uma mancha de sangue estava embaixo da embalagem plástica e não teve coragem de abrir completamente. "Eu vi que tinha uma cabeça e a orelha era parecida com a do meu pai. Fiquei muito assustado e só avisei minha mãe após voltar do colégio", relembrou.
A agente sócioeducativa Andreia de Paula Silva, 39 anos, estava trabalhando e, após ser avisada pelo filho, chamou a polícia às 8h30. Inconformada, a mulher não quis falar com a imprensa.
A agente sócioeducativa Andreia de Paula Silva, 39 anos, estava trabalhando e, após ser avisada pelo filho, chamou a polícia às 8h30. Inconformada, a mulher não quis falar com a imprensa.
Visivelmente abatido, o filho da vítima revelou que o pai tinha envolvimento com o tráfico de drogas. "Ele estava devendo traficantes do bairro. Por causa da esquizofrenia, ele tomava remédio tarja preta", afirmou o jovem. A PM confirmou que ele tinha passagem pela polícia por uso de drogas.
Funcionário aposentado da Cemig, Alexandre deixou outros dois filhos. O mais velho, Vladimir Pierre, 22 anos, mora em Belo Horizonte , longe do pai. A mais nova, de 12 anos, afirmou que havia reparado a presença da sacola no domingo. "Achei que era um saco de lixo e cheguei até a pisar em cima. Não havia sinais de sangue", disse.
A adolescente revelou ainda que era agredida com certa frequência pelo pai. "Ele batia em mim, no meu irmão mais novo e na minha mãe". Andreia chegou a ir à Delegacia das Mulheres para prestar queixa.
Apesar da violência dentro de casa, o aposentado tinha bom relacionamento com a vizinhança, de acordo com os próprios familiares. Um vizinho que não quis se identificar confirmou a informação. "Ele morava perto de mim há oito anos e sempre foi muito bem educado", disse.
Segundo o comandante da Polícia Militar de Sabará, major Gilmar Soares, a localização do corpo ainda é um mistério. "Procuramos nos últimos 15 dias se algum corpo decapitado foi encontrado, mas não encontramos nada no sistema da PM", disse.
Ainda de acordo com o major, é o segundo registro de decapitação em Sabará nos últimos dez anos. Na última ocasião, o crime estava relacionado com o tráfico. "Pode ser alguma retaliação de traficantes ou até pelas agressões à mulher. Nada está descartado". O comandante revelou ainda que a PM já trabalha com alguns suspeitos. (
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