Desde a madrugada de terça-feira passada, sites do governo brasileiro têm sido alvos de ataques hackers. Só nesta sexta-feira, as páginas do Ministério da Cultura, do Esporte, do IBGE e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística foram afetados por ações de criminosos virtuais. Por trás da onda de ações contra o governo podem estar motivações políticas.
- Ainda não foi possível detectar a causa e nem a lógica dos alvos escolhidos, mas pode ser um tipo de protesto - afirma o sócio-diretor da empresa de segurança em tecnologia Clavis, Rafael Ferreira.
Para outro especialista, os cybercriminosos querem chamar a atenção e ganhar notoriedade.
- Sites de governos são visados no mundo todo. Sabemos que não há um único grupo atuando e que os ataques vêm de países diferentes. É o que chamamos de "Hacktivismo", mas não vejo uma ideologia por trás. Esses ataques são apenas uma demonstração de força. Eles querem notoriedade - diz o gerente de Engenharia de Sistemas da empresa de segurança de internet McAfee, José Roberto Antunes.
O termo "Hacktivismo" citado por José Roberto é como são chamados ataques virtuais em série a um determinado alvo e que podem ter uma causa política. No caso dos sites do governo, as investidas dos hackers têm características semelhantes entre si.
- Os ataques consistem em tirar os sites do ar, não há invasão para roubar informações, eles não visam dinheiro. Geralmente, esses ataques têm o objetivo de causar prejuízos financeiros ao alvo, mas, no caso dos sites do governo, isso não aconteceu - explica Rafael.
COMO OCORREM OS ATAQUES
Em linhas gerais, o que os hackers fazem é congestionar os sites com milhares de acessos simultâneos para que as páginas saiam do ar, como explica José Roberto:
- O que a gente tem visto é o que chamamos de "Negação de serviço". Os hackers agem a partir de computadores infectados com os vírus "bots", que transformam os computadores em escravos de criminosos. Os hackers enviam um comando para que os computadores acessem um determinado site ao mesmo tempo. O congestionamento torna o serviço indisponível.
De acordo com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), os ataques de quarta-feira passada às páginas da Presidência da República, Portal Brasil e Receita Federal foram os maiores já sofridos pelo governo, com mais de 2 bilhões de tentativas de acesso num curto período de tempo.
Para evitar que o seu computador seja infectado pelos "bots", basta você seguir alguns passos básicos.
- O usuário deve ter a preocupação de manter seu antivírus sempre atualizado. Além disso, é preciso ter muito cuidado com e-mails suspeitos. O vírus robot age por meio de links infectados, crime conhecido por phishing - orienta José Roberto. (Gabriel Pondé)
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