Médico abriu a cabeça à direita e não à esquerda
A dona de casa Verônica Cristina do Rêgo Barros, de 31 anos, morreu na madrugada do sábado (7) vítima de um suposto erro médico no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, no subúrbio. Ela teria sido operada, equivocadamente, do lado direito do cérebro em vez do lado esquerdo, onde um laudo recomendara urgência na intervenção cirúrgica.“Fizeram tomografia e constataram que ela estava com um coágulo no cérebro do lado esquerdo, e o médico foi operar. Só que ele operou do lado direito. Ele abriu a cabeça dela do lado direito, fechou e jogou ela no CTI (Centro de Tratamento Intensivo), como se nada tivesse acontecido”, acusou a irmã de Verônica, Alba Valéria Barros, que deu queixa na 22ª DP (Penha) por lesão corporal.
Queda no banheiro
O drama de Verônica e de sua família começou no domingo (1º) quando a dona-de-casa, que tinha dois filhos - um de 12 e outro de 10 anos -, caiu no banheiro e bateu com a cabeça no vaso sanitário, em Irajá, no subúrbio. Ela foi socorrida por seu companheiro e levada para o hospital público, na Penha, na segunda-feira (2), depois de se queixar de enjôos e ter convulsões.
Feita uma tomografia, o médico Alexandre Legara Machado apontou, em laudo, a necessidade de uma cirurgia urgente, pois a queda provocara um coágulo no lado esquerdo do cérebro de Verônica.
Uma equipe, chefiada por um cirurgião do hospital, ficou incumbida de operar a dona-de-casa ainda na segunda-feira. A irmã da vítima do suposto erro médico contou que, três dias depois, ao chegar no hospital, se deparou com a Verônica sendo levada, de novo, para o centro cirúrgico, onde foi operada do lado esquerdo, onde ficou constatada a presença do coágulo. Internada no CTI, Verônica morreu horas depois.
O chefe de equipe médica do hospital, Rubem Rosa, confirmou o relato da família e disse que a direção do Hospital Getúlio Vargas já tomou conhecimento do caso.
“O médico já está afastado e a chefia do serviço a que ele pertence também está toda afastada para a gente poder esclarecer o caso”, informou Rubem Rosa.
A Secretaria estadual de Saúde informou que, se for comprovada a hipótese de erro médico, o cirurgião será denunciado ao Conselho de Ética do Conselho Regional de Medicina. Ainda segundo a secretaria, o Hospital estadual Getúlio Vargas tem todos os equipamentos necessários para uma cirurgia segura.
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