A novela "Caminho das Índias", de Glória Perez, chegou ao final ontem, sexta-feira e, como em toda novela das oito, alguns acontecimentos, personagens e artistas se tornaram especialmente marcantes. Para começo de conversa, tivemos uma novela que começou com um protagonista e terminou com outro. Márcio Garcia foi escalado para interpretar Bahuan, o par romantico de Maya (Juliana Paes), mas não foi bem aceito pelo público. Não demorou muito e Rodrigo Lombardi, o Raj, tomou o posto de galã da novela.
Alguns atores se destacaram por interpretar muito bem seus personagens. Bruno Gagliasso chamou a atenção por fazer o esquizofrenico Tarso, com a famosa frase "tem gente me seguindo". Dira Paes ficou com a parte "cômica" da novela encarnando a ensinuante Norminha, esposa do guarda de trânsito Abel, que preparava leite com canela à noite para o marido e ia para a farra seduzir o indiano Indra (André Arteche). A vilã Yvone, Leticia Sabatella, não podia ficar de fora. Suas interpretações fizeram os telespectadores sentirem raiva de sua personagem.
Novos talentos também foram revelados. A pequena Anusha, interpetada por Karina Ferrari, fez o maior sucesso com suas danças indianas. Vitória Frate também ganhou destaque por causa da personagem Julinha, que se revoltou com a morte do pai e participou de um sequestro.
Como toda boa novela, "Caminho das Índias" também vai deixar alguns bordões como legado para as ruas. Na Índia, tudo que eles não consideram correto ou bom para a família ou para o lar, dizem que "não é auspicioso". A divertida Walquíria (Rosane Gofman), secretária de Ramiro (Humberto Martins), era apaixonada pelo chefe e toda vez que ela o via, soltava o famoso "Jesus me abana". Claro que "naja" não poderia ficar de fora. A palavra era constantemente usada pela personagem de Eliane Giardini, a Indira, referindo-se à Surya (Cléo Pires).
Melissa Cadore, por Christiane Torloni; Cesar, por Antonio Callono, e Manu, por Osmar Prado, também brilharam na trama com seus traços cômicos, em inúmeras cenas daquelas que fazem a gente "rir para não chorar".
Os "mortos-vivos" não poderiam faltar. Primeiro, Raul Cadore, personagem de Alexandre Borges, caiu na lábia da vilã Yvone e simulou sua morte para fugir do Brasil com a golpista. Já nos últimos capítulos, Raj pegou um trem que explodiu e foi dado como morto.
Falando em morte, durante o decorrer da trama o público pôde conhecer um pouco da cultura da Índia. Lá, quando alguém morre, ninguém pode falar alto para não assustar o morto e, durante o cortejo, os familiares andam pela cidade com o corpo para que o morto não reconheça o caminho de volta. Eles dizem que o falecido demora 11 dias para chegar à morada dos deuses. Durante esse período, a família fica sem luxo, deixa velas acesas e no 11º dia prepara um banquete com a comida preferida do familiar que se foi.
Outro detalhe curioso: no país, os travestis abençoam as pessoas pelas ruas e ganham dinheiro em troca.
Com as mulheres, a polêmica é grande. Todas usam o sari - famoso traje do país- maquiagem e muitas jóias. No entanto, elas são obrigadas a perder a vaidade quando seus maridos morrem. As viúvas não podem usar esmalte nem jóias e devem vestir apenas branco. Elas também não podem acompanhar o cortejo dos mortos porque choram demais e podem "acordá-los". Enquanto é casada, a mulher não pode falar o nome do marido na frente de outras pessoas, apenas chamá-lo de "marido". Para não trazer má sorte, elas podem se casar com um animal ou uma planta antes de casar com o marido prometido. No caso de Maya, por exemplo, ela se casou com uma bananeira porque se alguém corta, ela nasce de novo.
A novela deixou seu legado e pode mostrar ao público brasileiro uma parte da cultura indiana que, até então, era bastante desconhecida. A próxima novela da Rede Globo, "Viver a Vida", começa na próxima segunda-feira, dia 14 de setembro. (Redação Yahoo)
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