Uma das vítimas do fim de semana sangrento, Lucas Gonçalves Boas, o Sherrara, foi morto na frente da namorada.
Os matadores a serviço de traficantes de drogas na maior cidade do Norte de Minas voltaram a mostrar a vulnerabilidade da segurança pública para a população e autoridades responsáveis. Armados com armas de grosso calibre e com revólver calibre 38, os bandidos mataram mais três pessoas durante o fim de semana e elevaram para 13 o número de mortos na cidade. Nesta sequência do submundo do crime organizado, estes três homicídios chamam a atenção devido ao fato de as vítimas terem menos de 25 anos de idade, o que comprova estudos de especialistas no assunto que revelam que, a cada dia, adolescentes estão entrando precocemente para o tráfico de drogas. E este número poderia ser ainda maior, já que somente nos dois primeiros meses do ano a PM já registrou diversas tentativas de homicídios na cidade.
PRIMEIRO HOMICÍDIO: MORTE NA FRENTE DA NAMORADA
O primeiro homicídio registrado pela PM aconteceu na Rua Mármore, Bairro Monte Carmelo, na noite de sábado, 06. Testemunhas informaram à PM que Lucas Gonçalves Boas, 24 anos, o Sherrara, com duas passagens pelos meios policiais, estava dentro do Corsa azul, placa JLG-7744 parado numa rua do bairro acompanhado da namorada I.O.C., de 16 anos, e da adolescente F.B.S., de 13 anos.
Dois bandidos numa moto Titan preta pararam na frente do veículo e atiraram diversas vezes contra Lucas Gonçalves, a namorada e a adolescente.
Três tiros ficaram alojados na cabeça e no pescoço de Sherrara, que morreu na hora. A namorada de Lucas foi atingida na perna esquerda e levada por uma equipe do Samu para o pronto-socorro da Santa Casa, onde ficou em observação, e não corre risco de morte.
Militares sob o comando do soldado Walmax compareceram ao local e acionaram um perito técnico, que realizou os trabalhos de praxe. No veículo foi encontrada uma pedra de crack, que foi apreendida. O carro foi removido para o pátio da Ciretran. Rastreamentos continuam na tentativa de localizar os matadores.
SEGUNDO HOMICÍDIO: MORTE PRECOCE DE ADOLESCENTE
O segundo assassinato foi registrado na manhã de ontem, no Bairro Cristo Rei.
Moradores do bairro solicitaram a presença da PM na Rua Pablo Leal Coutinho e informaram que ouviram tiros no local. Os policiais compareceram ao endereço e encontraram o corpo do adolescente Alfredo Pereira da Silva Neto, 17 anos, com uma passagem pelos meios policiais, caído sobre um colchão de um cômodo de um barraco.
Um perito da polícia civil esteve no local e constatou a morte da vítima.
Após levantamentos, foram recolhidos um projétil, dois fragmentos de projétil e uma cápsula de calibre 38. Foram constatadas quatro perfurações na cabeça do adolescente, o que comprova que os assassinos foram ao local dispostos a matá-lo.
De acordo com a PM, existe a possibilidade de o barraco ser usado como boca de fumo, porque, após o local ser liberado pela perícia, foram feitas buscas na casa e os policiais encontraram
Segundo relatos de testemunhas e do irmão da vítima, os autores do homicídio teriam sido dois menores, ambos de 17 anos, e uma pessoa conhecida pelo nome de Iuri.
TERCEIRO HOMICÍDIO: DÍVIDA DE R$ 1 MIL
O terceiro homicídio aconteceu na tarde de ontem, domingo, no Bairro Santos Reis. Uma possível emboscada para evitar a fuga de Davidson Wilson Santos Ramos, 20 anos, com três passagens pelos meios policiais, foi armada pelos matadores do tráfico de drogas.
Informações de Elen Cristina Moura Ruas, 20 anos, ex-companheira da vítima, Davidson estava sentado em frente a sua residência com a filha de um ano de idade, quando foi surpreendido por um desconhecido. O bandido usava um capacete de motociclista escuro e atirou diversas vezes contra a vítima.
Ao perceber que estava ferido e vendo a morte estampada na sua frente, Davidson fugiu entrando numa casa e deixou a filha no quarto de um casal. Passou por uma porta de uma casa localizada no aglomerado que dava acesso a uma rua lateral acreditando que tinha conseguido driblar a ação do matador, porém, não imaginava que uma emboscada havia sido armada pelos assassinos.
Sabendo que ele poderia fugir por ruas vizinhas, matadores ficaram em pontos estratégicos à espera de Davidson. Por onde ele tentou fugir para evitar a morte que se aproximava, já havia um outro bandido à espreita aguardando sua presença.
De acordo com a ex-companheira, o matador atirou diversas vezes contra a vítima, deixando-a mais ferida.
Mesmo ferido, Davdson ainda conseguiu fugir, mas caiu, momento em que todos os matadores se aproximaram e cruelmente consumaram o homicídio descarregando diversas armas contra a vítima.
A perícia técnica constatou que havia cinco perfurações no lado esquerdo da cabeça, uma no ombro esquerdo, uma no abdômen e outra no pescoço. No local foram recolhidas seis cápsulas calibre 380.
De acordo com Elen Cristina, Davidson tinha uma dívida no valor de R$ 1 mil referente a drogas que ele havia pegado com traficantes que moram no Bairro Cidade Industrial. Ela informou ainda que alguns documentos
apreendidos na casa eram de pessoas que deixavam como penhora para aquisição de drogas.
Informações de testemunhas no local dão conta de que os matadores fugiram numa moto verde, sem outros dados, que estava estacionada na Avenida João XXIII. (Reportagem: Rubens Santana)
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