A polícia investiga o transporte irregular de ossos humanos do cemitério da cidade de Betim (MG) para o aterro sanitário local. A denúncia foi feita por dois moradores da cidade, que filmaram caminhões da prefeitura despejando ossadas, coroas de flores e lápides no lixão. Os moradores que fizeram a denúncia foram ouvidos nesta segunda-feira (8) pelo delegado, como testemunhas.
De acordo com a polícia, a perícia está pronta e indicou que no entulho destinado ao aterro havia mesmo ossos humanos. “O procedimento é incorreto e caracteriza infração penal. Estamos apurando a autoria desses crimes”, afirma o delegado Marcelo Cali.
Para a prefeitura, como o cemitério está em obras, os ossos teriam sido transportados para o aterro sanitário por descuido. Segundo o secretário de Meio Ambiente Geraldo Antunes, as sepulturas serão concretadas. Por isso, ao limpar o local, os caminhões teriam removido as ossadas por engano misturadas à terra.
O aposentado Joaquim Lima da Silva conta que no último Dia de Finados foi ao cemitério e, no local onde estavam enterrados os corpos de sua mãe e seu irmão, havia o túmulo de uma outra família. “Eu levava flores, levava velas. Eles tinham que nos avisar, mas não avisaram", diz.
A Prefeitura de Betim informou que publica, regularmente, no Diário Oficial do Município, a relação das ossadas que serão retiradas do cemitério e levadas para a incineração. As famílias que não concordarem devem adquirir um túmulo perpétuo. Ainda de acordo com a prefeitura, materiais como coroas de flores e lápides podem ser descartados no aterro sanitário. Apenas as ossadas devem ter destinação adequada.
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