segunda-feira, setembro 20, 2010

VEREADOR TERIA SE BENEFICIADO DE ROMBO NO PREVMOC

Uma operação desastrada de compra de títulos e ações provocou prejuízo estimado de R$ 960 mil ao Prevmoc - Instituto dos servidores públicos de Montes Claros. A ação está sendo investigada pelo ministério público, por meio da curadoria do patrimônio público e da probidade administrativa. É mais um rombo sofrido pelo Prevmoc, pois em 2004 fez aplicações de R$ 600 mil no Banco Santos, que depois teve falência decretada.

O promotor Felipe Gustavo Gonçalves Caires abriu inquérito civil sobre o mais recente rombo, praticado em julho de 2008, quando o Prevmoc comprou titulo públicos vendidos pela empresa Atrium CCTVM Ltda, no montante de R$ 5,4 milhões. No mesmo período, foram comprados R$ 60 mil em ações de empresas na bolsa de valores, com prejuízo de R$ 40 mil. O curioso é que ninguém assume a responsabilidade pelo erro.

No procedimento instaurado, o promotor Felipe Gustavo Gonçalves Caires salienta que as representações enviadas pelo ministério público junto ao tribunal de contas do estado de Minas Gerais e também pelo banco Central noticiam que, entre junho e novembro de 2008, os recursos do Prevmoc teriam sido usados para a aquisição, por preço superfaturado, de títulos públicos, negociação que teria causado, em valores atualizados, prejuízo de R$ 1 milhão aos cofres municipais.

O promotor afirma que recebeu uma denúncia anônima informando que o desfalque teria servido como fonte de financiamento da campanha do ex-diretor-presidente do Prevmoc, Alfredo Ramos Neto (foto), eleito vereador, inclusive com o uso do dinheiro de aluguéis das lojas e do estacionamento do shopping popular de Montes Claros.

Outra operação que surpreendeu foi realizada em abril de 2008, de compra de R$ 60 mil em ações de empresas na bolsa de valores de São Paulo, que caíram de valor, ficando apenas em R$ 20 mil, e deixando prejuízo de R$ 40 mil. Ele explica que não sabe como ocorreu a iniciativa de comprar estes títulos e ações naquela época, pois não existe nenhum registro de atas da diretoria tomando esta medida.

Uma auditoria realizada no início de 2009 no Prevmoc constatou alguns pontos curiosos, como, por exemplo, a contratação do IBGP - Instituto brasileiro de gestão pública, como sede no Rio de Janeiro, pelo valor de R$ 484 mil. O auditor Sergio Bassi diz que a contratação não foi totalmente explicada.

A auditoria apontou ainda como irregularidade que o Prevmoc vendeu a folha de pagamento à Caixa Econômica Federal, mas, em vez de depositar o dinheiro em conta, autorizou o repasse do dinheiro a prestadores de serviços, como o IBGP, que recebeu os seus R$ 484 mil. Os outros R$ 116 mil foram pagos à Central de multisserviços, hotel Monterrey e Zero DB Brasil Comunicação. Outra constatação feita pela auditoria foi de desvios de R$ 187,8 mil do shopping popular de Montes Claros, no aluguel das lojas e ainda no estacionamento. (Reportagem: Girleno Alencar/Hoje em Dia)

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