No registro na Federação Mineira, Ronaldo aparece como auxiliar de torneiro mecânico.
A profissão de torneiro mecânico ficou popularizada no Brasil através do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas ele não é o único filho famoso da metalurgia. Ronaldo, o atacante eleito três vezes o melhor jogador do mundo e um dos ícones do esporte em todos os tempos, tem em sua carteira de trabalho profissional um registro na função. No entanto, o craque nunca sequer passou próximo ao torno de uma indústria.
Dar-lhe um emprego foi a maneira encontrada pelo Cruzeiro para que Ronaldo, com apenas 16 anos, pudesse disputar torneios oficiais. Pela legislação, um atleta das categorias de base só pode atuar caso estude ou trabalhe. Como a transferência para algum colégio de Belo Horizonte ainda não havia sido feita, o presidente da Raposa na ocasião, César Masci, conseguiu que ele fosse registrado na empresa São José Ferramentas e Peças Ltda., de propriedade de um conselheiro do clube.
Ronaldo, dono da carteira de trabalho 61.505, assinou contrato com o Cruzeiro em 4 de janeiro, mas a inscrição na Federação Mineira de Futebol, de número 16.098, só foi feita em 10 de fevereiro, mesma data da admissão na fábrica. O salário não chegava ao mínimo exigido por lei.
- Era um tempo difícil. A gente não tinha dinheiro para comprar nada. O Ronaldo sempre foi muito responsável. Todo dinheiro que ganhava sempre pensava em ajudar a família dele no Rio – contou Anderson Nunes, com quem o atacante dividia o quarto na Toca da Raposa.
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