Em 2011 comemoramos 101 anos, do 8 de março que constitui-se uma data histórica e de lutas em todo o mundo. A comunista alemã Clara Zetkin ao propor, durante a 2ª Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, realizada em Copenhague, na Dinamarca, a criação de um Dia Internacional da Mulher, estimule que atualizemos o pensamento e a ação do movimento feminista emancipacionista defendido pela União Brasileira de Mulheres – UBM.
Nós mulheres brasileiras, neste 8 de Março , após a grande vitória histórica, ao eleger a primeira mulher presidenta do Brasil, somos chamadas para o desafio de lutar para garantir junto ao novo Governo os compromissos assumidos com as mulheres e com o povo.
O momento conjuntural de ineditismo instigante da presença de uma mulher pela primeira vez no principal posto de nossa República recupera a história e as questões mais de fundo da luta pela igualdade de direitos.
A conquista representada pela eleição de Dilma Rousseff impregna de mais esperança as mulheres brasileiras, discriminadas na política, no trabalho, e que sofrem diariamente a violência doméstica.
Já estivemos presentes em grandes batalhas populares em todos os tempos e lugares, ousando sonhar e construir um mundo diferente, verdadeiramente justo e igualitário. Já demos provas no passado de compromisso democrático quando lutamos por liberdades políticas para o povo brasileiro. No presente, queremos também ser protagonistas do esforço para construir um projeto de nação justa, com amplas oportunidades para toda a população.
O avanço rumo ao Desenvolvimento Social e Econômico não pode deixar de considerar a situação da Mulher. Ampliaremos as políticas públicas para que se transformem em políticas públicas de Estado.
No Brasil, embora registremos conquistas, ainda temos um longo caminho a percorrer.
Apesar da conquista da Lei Maria da Penha, ainda vigora a impunidade de assassinos e espancadores, porque a Lei ainda não foi implementada de fato. Estamos unidas no combate a todo tipo de violência e opressão contra as mulheres e meninas!
Lutamos para que a mídia trate a mulher como sujeito histórico e não como objeto. E para tanto, repudiamos as propagandas e programas que exploram o corpo da mulher a partir de estereótipos e segundo padrão de beleza, de cor e de classe social.
Ainda precisamos resolver o impasse da dupla jornada de trabalho. A mulher conquistou considerável espaço no mercado de trabalho, mas ainda recebe a carga da responsabilidade do trabalho doméstico. Para que as mulheres possam realmente entrar no mundo do trabalho em iguais condições aos homens, é necessária uma ampla política de Creches e de Educação Integral, qualificação profissional, registro em carteira, valorização dos salários e redução da jornada de trabalho sem redução dos salários.
Lutaremos em defesa da liberdade, e da possibilidade de continuar avançando nas políticas públicas como a defesa do Sistema Único da Saúde, garantindo a ampliação de uma rede de atendimento digna e eficaz, e o acesso aos serviços com muito respeito ao nosso corpo e às diferentes fases de nossas vidas. No Brasil a criminalização do Aborto condena milhares de mulheres a sérios problemas de saúde física e psíquica, até mesmo a morte, por consequências de aborto clandestino.
É preciso romper com as desigualdades e as discriminações vivenciadas pelas mulheres, em particular pelas mulheres negras, indígenas, trabalhadoras rurais, trabalhadoras domésticas, lésbicas, portadoras de necessidades especiais, jovens e idosas.
Sabemos que um outro mundo é possível de igualdade entre homens e mulheres. Mas para avançarmos, nas políticas públicas de Estado é necessário reordenarmos os espaços. A inclusão das mulheres na política é parte essencial na construção de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, para isso é fundamental que haja uma reforma política que supere a sub-representação feminina nos espaço de poder, em todos os níveis.
Por tudo isso e por tudo que virá é que continuaremos firmes, fazendo de 2011 um ano de muitas vitórias para o nosso povo e nossas mulheres.
União Popular de Mulheres de Montes Claros – UPM
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