O maior terremoto já ocorrido no Japão em 140 anos de medições atingiu na tarde desta sexta-feira (madrugada no Brasil) a costa nordeste do arquipélago, provocando uma onda de dez metros de altura que varreu tudo em seu caminho, incluindo casas, navios, carros e estruturas agrícolas.
Mais de 1.000 pessoas morreram na tragédia, de acordo com a mídia japonesa. Aparentemente, as pessoas morreram afogadas. A dimensão dos danos ao longo de uma extensa faixa costeira e o grande número de desaparecidos indicam que o número de mortos pode aumentar.
Milhares de moradores foram retirados de uma área perto de uma usina nuclear na localidade de Fukushima, a norte de Tóquio, por temores de um vazamento radioativo. Autoridades disseram, no entanto, que o sistema de resfriamento não estava em nível crítico.
Ressaltando a gravidade da preocupação com a usina, a Força Aérea dos EUA entregou líquido resfriador na instalação nuclear, informou a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton.
Um alerta de tsunami foi emitido ao longo do oceano Pacífico, mas países populosos da região como Taiwan, Austrália e Nova Zelândia já suspenderam o alerta.
Por causa do tsunami, a população japonesa foi orientada a fugir de áreas costeiras para terrenos mais elevados. Foram registrados incêndios em pelo menos 80 lugares, segundo a agência de notícias Kyodo.
Mesmo para um país acostumado a terremotos, a devastação era impressionante."Eu fiquei apavorado e ainda estou com medo", disse Hidekatsu Hata, 36 anos, gerente de um restaurante no bairro de Akasaka, em Tóquio. "Eu nunca vivi um terremoto dessa magnitude antes."
primeiro-ministro Naoto Kan disse a políticos que eles precisam "salvar o país" após o desastre, que segundo ele causou danos profundos em toda a faixa norte do país.
O tremor dividiu uma rodovia perto de Tóquio e derrubou vários prédios no nordeste japonês. Um trem estava desaparecido na região litorânea atingida pelo tsunami.
Um navio que levava 100 pessoas foi levado pelo tsunami, de acordo com a agência Kyodo, e imagens de TV mostraram a força da água, escurecida pelos destroços, carregando casas e carros e levando embarcações do mar para a terra.
Algumas usinas nucleares e refinarias de petróleo foram paralisadas, e havia fogo em uma refinaria e numa grande siderúrgica. (Chisa Fujioka e Elaine Lies)
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