Parece conto da Carochinha, mas não é. As execuções em Montes Claros têm se tornado coisa rotineira e os matadores cada vez mais desafiam a polícia. Porém, na noite de quarta-feira dois homens identificados como matadores do tráfico, ao ousarem executar mais dois rivais, caíram na teia da polícia e, agora, aguardarão julgamento na cadeia.Um dos suspeitos, Charles Ferreira Barbosa, 20 anos, conhecido por Charlinho (foto) e que tem doze passagens pelos meios policiais, é apontado como autor de pelo menos cinco execuções registradas nos últimos meses na cidade.
O outro, também velho conhecido dos meios policiais como Rapazinho, é Joaquim Marcelo Mendes, 30 anos, que também é suspeito da autoria de várias execuções na cidade.
As prisões dos matadores foram efetuadas minutos depois de eles terem tentado executar dois desafetos na Rua Seis, Bairro Chiquinho Guimarães.
Segundo testemunhas, por volta de 21 horas, Charlinho e Rapazinho, que estavam em um Monza de cor cinza, placa GFR 0521, em companhia da cabeleireira Tânia Alves da Silva, 24 anos, e outro homem identificado como Bruce, chegaram à Rua Seis e passaram a efetuar vários tiros contra Enilson Ferreira da Silva, 25 anos, conhecido como Tequinha, e William Fernando Pinheiro da Silva, 24 anos.
Tequinha foi alvejado no braço direito, na coxa esquerda e nas costas, e William, no joelho direito. Os homens foram levados por uma equipe do Samu à Santa Casa e não correm risco de morte.
PERSEGUIÇÃO
Após as tentativas frustradas de execução, os suspeitos fugiram em direçaõ ao Bairro Santo Amaro, no mesmo veículo utilizado no crime. Dezenas de viaturas da polícia militar iniciaram rastreamento, e uma equipe da Rotam – Rondas táticas metropolitanas, sob o comando do sargento Edmundo, localizou Charlinho, Rapazinho e Tânia nas proximidades da linha férrea.
Com o trio preso em flagrante os policiais militares apreenderam um revólver calibre 38, marca Rossi, com numeração raspada, e três celulares.
Os suspeitos prestaram depoimentos ao delegado de plantão, Rodrigo Braz, que autuou em flagrante Charlinho e Rapazinho por tentativa de homicídio. Os suspeitos já se encontram no cadeião, onde permanecerão à disposição da justiça.
FRIEZA E OUSADIA
Dois fatores surpreenderam as autoridades policiais que estavam à frente da ocorrência e a família de um jovem executado na noite de terça-feira no Bairro Morrinhos, pela dupla Charlinho e Rapazinho: a frieza e ousadia.
Antes mesmo do corpo de Rogério Oliveira Meireles, 28 anos, ser sepultado, os suspeitos do crime, em um ato de frieza e ousadia, tentaram executar mais duas pessoas em outro bairro da cidade.
Segundo fonte policial, que teve sua identidade preservada, ao ser preso Charlinho alegou que teria tentado matar os dois homens no Chiquinho Guimarães pelo simples fato de que, dias atrás, teria sido tratado mal ao comprar drogas naquele local.
EXECUÇÕES NO MORRO
Investigações da polícia civil apontam que Charlinho e Rapazinho seriam integrantes de organização criminosa comandada por Waldemir Tavares da Silva Filho, 29 anos, o Malboro, preso no dia 7 de janeiro em Moc.
Ainda segundo as investigações, o objetivo da organização é tomar as bocas de fumo – pontos de venda de drogas – dos rivais, através de execuções, e monopolizar o tráfico de drogas na cidade.
Dentre as execuções e tentativas registradas em Moc que têm Charlinho como principal suspeito, estão:
* Rogério Oliveira Meireles, executado com seis tiros na Rua Ceará, Bairro Morrinhos, na última terça-feira;
* Thiago Caires Câmara, executado com um tiro na nuca, dentro de sua casa, na Rua Professor Álvaro Prates, Morrinhos, no dia 24 de janeiro;
* David Fernando da Silva, executado com sete tiros à queima roupa, de pistola calibre 380, no Beco Todos os Santos, Morrinhos, no dia 25 de dezembro do ano passado;
* Givago Thompson Pereira Barreto e um menor de 15 anos, baleados no dia 24 de janeiro, no mesmo momento da execução de Tiago Caires.;
* Hiorran Vinícius Rodrigues de Almeida, baleado na Rua Cônego Chaves, Morrinhos, no dia 15 de janeiro.
0 comentários:
Postar um comentário