sexta-feira, abril 11, 2008

CASO ISABELLA: PORTEIRO CONTRADIZ VERSÃO DO PAI: ELE DEMOROU A PEDIR RESGATE

Declarações dadas à polícia pelo porteiro do prédio onde a menina Isabella Nardoni foi assassinada, na Zona Norte de São Paulo, contradizem a versão do pai da menina, Alexandre Nardoni. A defesa alega que o Nardoni não ligou para o resgate porque fez o pedido para um vizinho. O porteiro, no entanto, garante ter sido o responsável pelo alerta. A quebra do sigilo telefônico do pai e da madrasta de Isabella, Anna Carolina Jatobá, revelou detalhes da noite em que a criança morreu. A primeira ligação para o centro de comunicação da Polícia Militar partiu de um vizinho do primeiro andar do Edifício London. Ela foi feita exatamente às 23h49 e 59 segundos. Enquanto este telefonema estava em curso, no apartamento dos Nardoni alguém liga para o pai de Anna Carolina. O telefonema dura 32 segundos.
Praticamente na seqüência, começa outra ligação, também curta, dessa vez para o pai de Alexandre Nardoni. Às 23h51 e 20 segundos termina o telefonema do vizinho para a polícia. Dezoito segundos depois, é encerrada a ligação para o pai de Alexandre. Não há registro de qualquer ligação do pai ou da madrasta de Isabella para a central que unifica os chamados para os bombeiros e para a Polícia Militar. Um dos advogados de defesa diz o casal não ligou para o resgate porque um vizinho já estaria fazendo isso. “Logo após o fato, uma testemunha ligou para o resgate, então isso já é suficiente, não é?”, afirmou Marco Polo Levorin. Segundo ele, o morador fez o telefonema depois que Alexandre começou a pedir ajuda. “Ele pediu, ele clamou por socorro e ligaram pro resgate. Isso já é suficiente para estancar qualquer dúvida sob esse aspecto.”
Contradição
Não é o que conta o porteiro do Edifício London, que estava no local no momento da queda de Isabella. Teria sido a pedido dele, e não por causa de supostos gritos do pai, que o morador do primeiro andar telefonou para o resgate. Por telefone, o porteiro explica porque pediu ajuda ao morador. “Ele foi o primeiro morador daqui e ele era síndico daqui, agora é do conselho. Eu tinha mais proximidade com ele. E ele estava acordado. Eu sabia que ele estava acordado porque a televisão estava ligada”, conta o funcionário. Ele confirma que pediu ao morador para ligar para o resgate. “Eu não tinha telefone, pedi pra ele ligar para o resgate pra socorrer”, afirma. O porteiro acrescentou que só depois que ele pediu ao vizinho do primeiro andar que telefonasse, é que Alexandre Nardoni chegou ao local onde estava Isabella. “Depois que eu interfonei e saí de perto da menina, para ver se ela estava viva, depois de uns dois a três minutos mais ou menos ele apareceu.” Segundo o funcionário, o pai da menina estava sozinho quando chegou ao térreo. “(Apareceu) só o pai. Depois apareceu a madrasta”. A defesa de Nardoni e Ann Carolina foi procurada pela TV Globo para comentar as declarações do porteiro, mas não foi localizada.

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