quarta-feira, abril 09, 2008

OPERAÇÃO PASÁRGADA: ROMBO DO FPM EM MINAS É DE R$ 200 MILHÕES. MAIS DETALHES

Chama-se Pasárgada a operação da polícia federal que prendeu 11 prefeitos de municípios de Minas Gerais e dois da Bahia. Também foram presos na operação da Polícia Federal um juiz federal, nove advogados, quatro procuradores municipais, quatro funcionários do judiciário, um gerente da Caixa Econômica Federal e um lobista.
Entre os prefeitos presos estão Carlos Alberto Bejani (PTB), de Juiz de Fora; Demetrius Arantes Pereira (PTB), de Divinópolis; Júlio Cesar de Almeida Barros (PT), de Conselheiro Lafaiete; e Ernesto Peçanha da Silva, de Itabela-BA.
A assessoria de imprensa da prefeitura de Juiz de Fora não confirmou a prisão do prefeito, mas disse que a PF estava nas instalações da administração municipal e na casa do prefeito. Afirmou que, se confirmado, a assessoria divulgaria nota oficial.
Na prefeitura de DIvinópolis, a assessoria afirmou que haveria uma coletiva de imprensa às 14h para falar sobre o caso.
Segundo o secretário de Governo e Imprensa de Conselheiro Lafaiete, Diarlhes Pider, o prefeito está "tranqüilo". Afirmou que a PF deteve Júlio Cesar de Almeida Barros sob alegação de que ele não interfira nas investigações. O secretário informou ainda que a PF questiona a contratação de uma consultoria para reaver recursos do INSS, mas a operação teria tido a autorização de uma juíza federal.
"Não temos nenhum interesse em esconder nada. Achamos importante a PF cumprir esse papel. Se dos presos, encontrarem um culpado, já é positivo", disse o secretário.
A prefeitura de Itabela informou que não havia ninguém para comentar a prisão do prefeito Paulo Ernesto Peçanha da Silva, pois a prefeitura ainda não sabe o que ocorreu. Segundo a prefeitura, secretários do governo se reuniram para discutir o assunto.
INVESTIGAÇÃO
Cerca de 500 policiais federais participaram da operação que tem o objetivo de pôr fim a um esquema de liberação irregular de verbas do FPM - Fundo de participação dos municípios, cujo prejuízo aos cofres públicos pode ultrapassar R$ 200 milhões.
De acordo com a PF, foram cumpridos 100 mandados de busca e apreensão e outros 50 mandados de prisão em Minas Gerais, na Bahia e no Distrito Federal.
A investigação, iniciada há oito meses, revelou o envolvimento de magistrados, prefeitos, advogados, procuradores municipais, assessores e lobistas. A partir de decisões judiciais, a verba federal era repassada a municípios em débito com o INSS.
Segundo a PF, as investigações apontam que os prefeitos contratavam, sem licitação, um escritório de advocacia, que oferecia vantagens a juízes e servidores da Justiça para obter decisões favoráveis e, depois, dividia seus honorários com os prefeitos que o contratavam. Os investigados responderão por formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, advocacia administrativa, exploração de prestígio, fraude a licitação, quebra de sigilo de dados e lavagem de dinheiro. Penas podem chegar a 20 anos de prisão.

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