O vice-presidente da República José de Alencar anunciou nesta sexta-feira (9) que não será candidato nas eleições de outubro deste ano. A decisão, segundo ele, foi tomada depois de uma conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na noite desta quinta-feira (8). O tratamento contra o câncer no intestino, ainda em andamento, foi um dos fatores que influenciou a atitude de Alencar.
“Decidi não me candidatar a nada. Vou cumprir o meu mandato até o último dia. Subi a rampa com o Lula e vou descer com ele”, afirmou Alencar. “Disse que só aceitaria uma candidatura se estivesse curado. Mas ainda estou fazendo quimioterapia. Não seria justo me candidatar”, complementou o vice-presidente.
Alencar chegou a ser cotado para disputar o governo de Minas Gerais, seu estado natal, e também tinha em seus planos concorrer a uma cadeira no Senado. A insistência da doença, no entanto, o fez desistir: “Seis meses antes da eleição estar fazendo quimioterapia? Não pode. Isso está errado.”
O vice-presidente, no entanto, fez questão de deixar claro que não vai deixar de atuar no quadro eleitoral: “Continuo sendo um soldado.”
No domingo (11), o presidente Lula sairá para uma viagem de três dias a Washington, onde participará da Cúpula de Segurança Nuclear. Primeiro na linha sucessória, Alencar chegou a cogitar uma viagem ao Uruguai para evitar ficar inelegível, já que a legislação eleitoral veta candidatura ao político que assumir a cadeira de presidente depois do período de desincompatibilização de abril. Com a decisão de abdicar do pleito, Alencar irá assumir o comando da nação a partir do domingo.
Se Alencar decidisse manter a candidatura, no entanto, quem assumiria a Presidência da República seria o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), já que o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), que teria preferência depois de Alencar, também pretende disputar as eleições de outubro, possivelmente como vice na chapa da petista Dilma Rousseff à Presidência.
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