quarta-feira, janeiro 14, 2009

PRESOS MILITARES QUE MATAVAM E DECEPAVAM AS VÍTIMAS

FORA DE FORMA
À paisana, policiais militares acusados de integrarem grupo de extermínio são levados para o presídio Romão Gomes
Quatro policiais militares tiveram a prisão temporária de 30 dias decretada ao comparecer nesta terça-feira (13) à delegacia seccional de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, por supostamente estarem envolvidos em um grupo de extermínio que atua na região, segundo o Ministério Público Militar de São Paulo.
Eles responderão, até o momento, por ao menos um homicídio, de um deficiente mental, cometido no final de setembro de 2008, em Itapecerica da Serra, região metropolitana de São Paulo. Este crime apresenta as mesmas características de outros três assassinatos, pelos quais também os policiais estão sendo investigados: os corpos tiveram a cabeça, mãos e pés decepados e foram abandonados no mesmo riacho de Itapecerica.
“Eles fazem isso para dificultar a identificação. A prisão deles já poderia ter sido pedida três meses atrás, mas tivemos de esperar o resultado do DNA da vítima, o que sempre demora. Familiares e testemunhas já tinham reconhecido o corpo, por causa da roupa e outras marcas, mas foi necessário o DNA”, explicou Eliana Passarelli, promotora do Ministério Público Militar que cuida do caso. Segundo ela, testemunhas anotaram a placa da viatura no dia que a vítima foi abordada e levada pelos policiais. Como outros três corpos – todos decapitados, com os membros decepados e jogados no mesmo riacho – foram encontrados no local, é possível falar na existência de uma “quadrilha de extermínio” agindo na região, de acordo com Passarelli. “Os indícios são fortes”, afirmou. Desde o início das investigações, os quatro policias estavam afastados do policiamento ostensivo e faziam serviços administrativos. Convocados pela Justiça, eles compareceram à delegacia seccional sem saber que teriam a prisão temporária decretada.
Ao deixarem o local, à paisana e escoltados por policiais militares, foram encaminhados ao Instituto Médico-Legal (IML) de Taboão da Serra, para fazer exames de corpo de delito, e depois levados para o presídio militar Romão Gomes, na Zona Norte da capital.

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