quinta-feira, fevereiro 02, 2012

GRÁVIDA MORRE EM JANAÚBA POR OMISSÃO DE SOCORRO

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar a morte da dona de casa Odete Ferreira da Silva, de 38 anos, grávida de seis meses. A família acusa o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de negar socorro à mulher, que já chegou ao Hospital Regional de Janaúba sem vida. O presidente do Consórcio Intermunicipal da Rede de Urgência e Emergência do Norte de Minas, Warmilon Braga, determinou, na terça-feira (31), que seja aberta uma investigação para esclarecer o episódio.
 Odete morava na comunidade rural de Lagoa Grande, a 16 quilômetros do Centro de Janaúba. Segundo parentes, a gestante começou a passar mal de madrugada e o marido dela, Vaney José de Souza, acionou o Samu e pediu para que uma ambulância a levasse até a área urbana. O médico que recebeu a chamada teria alegado, porém, que caberia à família providenciar o transporte até o hospital.
Vaney, que é lavrador, diz que relatou ao médico os sintomas da mulher: dores na cabeça e na boca do estômago, além de falta de ar. Mas o profissional teria alegado que o socorro a quem sofre de dores de cabeça não seria da competência do Samu. O marido teria contado, então, que tinha uma moto, mas que não poderia transportar a mulher, que estava desmaiada. Mas a ligação teria sido encerrada.
Sem alternativa, a família pediu ajuda a outras pessoas, em plena madrugada. Conseguiu que um amigo socorresse Odete, de carro, mas o rapaz morava a cinco quilômetros. Quando a mulher chegou ao hospital, às 2h15, já estava morta.
A Polícia Militar foi acionada pela direção da unidade de saúde. O Boletim de Ocorrência foi encaminhado à delegacia para a abertura de inquérito para apurar o que levou à recusa no atendimento.
Na terça-feira (31), Vaney afirmou que vai tomar as providências necessárias para punir os responsáveis pela morte da mulher. Ele acredita que se Odete tivesse sido atendida em tempo hábil, poderia estar viva. “Perdi minha mulher e o nosso filho. Fiquei viúvo com quatro crianças”.
O presidente do Consórcio Intermunicipal da Rede de Urgência do Norte de Minas, Warmilon Braga, diz que todos os atendimentos por telefone são gravados e que, por isto, será possível saber se o médico que atendeu Vaney cometeu falhas. (Girleno Alencar)

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