O ministro das Cidades, Mário Negromonte, diz na carta de demissão que redigiu para entregar à presidente Dilma Rousseff que agradece a confiança que recebeu e que sempre se manteve fiel ao governo da presidente.
Ele terá um encontro com Dilma na tarde desta quinta (2) para selar a saída do cargo, segundo informa o blog de Cristiana Lôbo. Inicialmente, a reunião estava prevista para as 11h, segundo a assessoria do Ministério das Cidades, mas o Palácio do Planalto pediu o adiamento porque a presidente voltou de madrugada da viagem a Cuba e ao Haiti.
Pela manhã, o ministro se reuniu com o presidente nacional do PP, senador Francisco Dornelles (RJ), segundo a assessoria do ministério. O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, disse que o PP é "parceiro" e continuará no governo. O provável substituto de Negromonte é o líder da bancada do PP na Câmara, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
Na carta de demissão, Negromonte aponta uma "batalha na mídia" e diz que as denúncias de irregularidades sobre a pasta que comanda não comprovaram nada contra ele.
Há menos de duas semanas, o ex-chefe de gabinete do ministro das Cidades, Cássio Peixoto, e um assessor de Negromonte foram exonerados.
Em novembro, segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo", Peixoto teria pressionado funcionários do ministério a fraudar um parecer técnico que recomendava um sistema de transporte mais caro para Cuiabá na Copa do Mundo. Na época, a diretora de Mobilidade Urbana do Ministério, Luiza Gomide, negou a fraude. Negromonte mandou abrir sindicância interna para investigar o caso.
Na semana passada, o jornal "Folha de S. Paulo" trouxe nova denúncia. Segundo a reportagem, o ministro e dois assessores participaram de reuniões com o dono de uma empresa de informática, que estaria interessado numa proposta milionária de informatização do ministério.
Ao deixar o ministério, Negromonte voltará a exercer o mandato de deputado federal pelo PP da Bahia, do qual se afastou quando entrou no governo. Negromonte afirma na carta que Dilma poderá contar com ele nas votações mais importantes no Congresso.
Nesta quarta (1), o deputado Vilson Covatti (PP-SC) disse que Negromonte está desgostoso com o que chamou de "fogo amigo" dentro do partido, o PP. "Ele continuou tendo o fogo amigo, e acho que se desgostou com isso porque continuam as criticas. Ele continua sangrando sem necessidade", disse Covatti.
Vilson Covatti e outros deputados do partido, como Roberto Brito (PP-BA) e Waldir Maranhão (PP-MA), estiveram na tarde de quarta no gabinete de Negromonte, momento em que, segundo relato de Covatti, foram informados sobre a intenção da demissão.
"Ponderamos a ele [Negromonte] que o pior passou. Ele passou por todas as provas, mas está muito determinado [a deixar do cargo]", declarou.
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